sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Tirinhas de Humor

qua qua qua

Olhe em volta e me diga o que vê

"Good friends and conversation
The rise and fall of nations
A moment's glory and they've had their day

And on my high school folder
I drew a big gorilla
something familiar, something far, far away

Somewhere between the darkness and light
she touches my hand
she don't seem to mind
We can go home, we can be civilized"
David Byrne - Grown Backwards - Civilization

A humanidade perdeu-se de vista. Mais que isso, perdeu de vista a vida. Nossa percepção de todas as coisas foi duramente corrompida pois colocamos entre nós uma ilusão que tornou-se maior que todo o resto. Uma ilusão que começa a se instaurar em nós assim que nascemos e que atordoa, bombardeia e eventualmete toma toda a nossa consciência. Ela está por todos os lados. Ela é tudo que acreditamos ser verdade. Ela é aquilo pelo que morreríamos, aquilo que achamos que somos. Essa ilusão tem nome, meus amigos: chama-se civilização.

Nossa triste história é a história de uma exaltação cada vez maior da civilização. Quando ela finalmente conquistou o posto de protagonista da evolução humana não havia ninguém para apontar-lhe o dedo; estavamos todos civilizados. Alguns tentaram, mas que se pode fazer contra o maior ídolo de todos?

A civilização não precisa de grandes homens e mulheres. Precisa de cidadãos. Ao trocarmos nossa evolução pela dela, desistimos de uma evolução de valores e de consciência em nome de uma stasis. A evolução, agora, é de produção e estabilidade. Aponta para a utopia estática, um inumano estilo de vida em que o indivíduo se apaga para que a civilização se exalte e funcione.

Gosto das pessoas. Tenho fé em sua vontade de existir. Mas sempre ouço-as dizendo: "o ser humano é naturalmente mau" e "todos são egoístas, ninguém é confiável". Isso por que tomam a ilusão da civilização por verdade. Acreditam que nosso mau é maior que nós mesmos. A desconfiança é essencial para o grande embuste que pregamos em nós mesmos. Confiamos na civilização, ergue-mo-na acima de nós como o Bem, e como não somos capazes de nos anularmos e sermos civilizados, não confiamos uns nos outros. E assim, sozinhos e assustados, assistimos ao espetáculo. Como bons cidadãos.

Não, não posso crer em nada disso. Na língua em que sonho, não existe a palavra "civilização".

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Flertando com a realidade

Deus criou o vento para levantar saias, assim como criou flores para pedirmos desculpas as mulheres.

conclusao: o país é culpado

tiago says:
aconteceu alguma novidade ai em alagoinhas? um assassinato, roubo.. qualquer coisa interessante

sábado, 25 de outubro de 2008

Quem és tu?

Sei lá,
talvez eu seja
talvez seja outra coisa
nâo humano
por isso que eu vivo esse mundinho
meu
é legal ter um mundo particular
mas, inevitavelmente, é como eu falei
um mundinho

Para que conste em ata!

Encontra-se o amigo naquele que exalta a vossa virtude. Exaltai vós a virtude de vosso amigo!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Já é tarde

por Corsário Satã e Chiconaldo:

Estou caída, vejo pelo chão algumas sombras
não consigo levantar os olhos nem a cabeça
estou contida, mas não em qualquer jaula
estou perdida dentro de mim
depois de dias quentes e sentimentos esbanjados
eu fui lacrada
em minha própria preocupação

Um peso e a lembrança, não de bons tempos necessariamente
e sim das épocas as quais a lágrima não era contida
o riso era mostrado e o sentimento por extremos vigorava
uma mistura de impulso com irresponsabilidade
que sempre me jogava em transe descontrolada
um covil escuro ou um campo verdejante...
Tanto fez!

Lembro-me das fantasias e de uma coragem inerente à vida
desmanchando-se em correntes alternadas de êxtase
lembro do calor dos dias, que não sinto mais

Estou inerte, com o sangue incandescente
paralizada
preciso partir
já é hora mas o braço não se mexe
a pressão não alivia
a cabeça não cala!

Há um negro perfume em minhas veias
pesado e viscoso
o coração, já escuro, sente a cada pulsação
ânsia da emoção e do instinto
o minotauro e seu machado
fome e revolta
dúvida, é do que falo
e o que eu sinto

Escuto os sussurros
estão com medo, posso ouvir claramente

Uma vontade desesperadora me acomete
vou rir e chorar por nossa patética situação
nos tocando entre barras e falando entre linhas
amarras nos pés e vendas nos olhos
nos sentamos para jantar
pedindo sem palavras
não seja um troglodita
não coma com as mãos!

Naqueles Dias

aquela mulher tinha odio em cada traço de si
o sentimento de vingança
que inflamado corria em suas veias misturado ao sangue
vertia direto do lugar mais profundo do seu coração
a partir daquele dia
nenhum traço de humanidade carregaria
a seus opositores
só restava a genuflexão

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Amor Virtual

A olhar teus olhos aqui estou
E toda a tez da sua pele
Estampada numa fronte de fina especie
Impressionado estou
Pena que o espaço é senhor de si
E dele nada se pode exigir
Se eu pudesse exigia você aqui
Mas assim são as distãncias
Mínimas se daqui tu me encantas
Sórdidas se contigo não estou
Mas haja visto tamanha beleza
Distancia for qual seja
Se tu me chamas, eu vou

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

PARA SEMPRE

Todo dia é sempre, enfim, sempre e nunca
toda luta é difusa, incoerente
de sempre em nunca chegar, por nunca começar
nunca sempre, consente, inevitável!

Todo rubro é pouco, outro e tolo
toda idéia, incandescente
de sempre em sempre num olhar
e se nunca falar, atente
dou-te o urro da vitória
e o cigarro do arrependimento!

Todo o lamento é irrelevante
entes e lágrimas
correntes alternadas e fluxos contínuos
escolhemos nossas práticas
de sempre em nunca, reavaliamos
mantenha-se, o que vem é pra melhor!

Todo dia é nunca, deveras consciente
na terra de grilhões e sangue
sempre é pouco
muito é menos
e a profundidade da ferida irá mostrar-se
deverias reavaliar!

Todo dia, mais um dia, calmo e quente
em dentadas vorazes, esquivas
e sorriso incoerente
outro dia, nunca e sempre
que postei-me a delirar...

- Chiconaldo -

o insensivel abraço da solidao

São quatro e meia da manhã
Nunca senti tanta solidão
Nem num disco do Lobão
Nem no amor de Platão

Por aqui ainda ecoam
Os versos daquela canção
Gritos desesperados
Por alguma salvação

Aqueles versos ainda ecoam
Como água a gotejar sobre água
Como num coro, como num ímpeto
Como numa declaração

Que não importa amar ou não
Tampouco importa bem ou mal
Espirito do Natal ou do Carnaval
Pois no final, só resta solidão

terça-feira, 21 de outubro de 2008

eu queria ser uma poesia, pra embelezar a vida

Quero escrever sobre algo bem abstrato
Mais que as formas de pensar.
Mais efêmero que as certezas,
Os momentos e as estrelas .

Quero ser mais abrangente que o mar,
Tocar sentimentos ao recitar
Tudo que existe num só verso.
Tudo que existe no universo.

Abrirei mão desse corpo,
Desses mínimos sentidos.
Serei só essas palavras
Rumo a rumos desconhecidos.

sábado, 18 de outubro de 2008

Acordo de um sonho besta

estou cansado de mim
cansado de medir palavras
e de palavras por outros medidas
para que ninguém se ofenda

não estou à vontade
sinto-me intruso, mesmo quando sozinho
como se não pertencesse a lugar nenhum

estou cansado das coisas que faço
e das que farei
o absurdo de tudo me assalta
imobiliza
por excesso de zelo
inverti a ordem das ações
quis conhecer a vida antes de vivê-la
mas só ela ensina a viver

sinto-me velho, cansado e obtuso

como se saboreia um cigarro
saboreio a única certeza que me resta
- nada faz sentido! -
que é mãe de todas as outras
e flagelo de toda a dúvida
mas como um cigarro ela se queima
e o último trago é amargo

fumaça!
vaga
disforme
logo se dissipa no ar
sem no entanto turvá-lo
e enquanto a exalo de minha boca
vejo que somos o mesmo
eu, ela, esses versos
sempre sem forma
dispersando-nos inacabados
como uma obra abstrata
que o artista olhou e não soube que dela fazer
pois não se lhe significava nada

ah, se fosse possível
apenas dançar!
com o corpo e com os olhos
bem abertos
despertos
e talvez seja, por que não?
se os olhos são juízes
é porque não dançam
e é preciso ter uma certeza inabalável para dançar

nada faz sentido!
essa impressão me carrega
e acelera meu coração como um tambor enlouquecido
e prende meus dedos à caneta
embora minha mão trema
e me falte força
pois, se nada faz sentido
e varridos foram todos os bens e maus que já povoaram
as impressões de todo o universo
o que resta é o infinito
que contém em si todos os sentidos
mas não pode ser contido em nenhum

estou cansado de mim
porque sou o mundo inteiro
de certezas finitas e frouxas
e assim, em minha dúvida, me esgoto

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Fazendo uma média com a morte

Morte, meu descanso abençoado
Sei que em dias desvairados, já pedi sua chegada
Mas esses dias passaram
E hoje peço por favor, que tu chegues atrasada

E, se não for pedir demais
Já que dói tanto a vida em mim
Ao menos não me seja dolorosa
Pra que não doa até o fim
A máscara da loucura, em minha face, recitada
adornada por pedras preciosas
e poderes ocultos, no olho, cintilam como uma jóia
de poder atroz
na faca das súplicas, lacunas, no gume da vida
e em meu dorso, escorado, o peso da dúvida
quando idéias, únicas, se apresentam
melhor representar!

No teatro dos dias, acordado, pra arrear o meu jardim
me escapar das armadilhas
lúbricas, definhadas, por mim
no encontro das tempestades e raios
transpassados pela vértebra
até o cérebro
então percebo que o caminho esburacado
pode ser seguido, mas será, enfim
uma construção dolorosa
de percepções honrosas
e assim dizendo
entendo
primeiro as rédeas, pra então seguir os passos
por fora dessa ordem, de percalços, que nos vamos sem viver!

A face da minha loucura, pelos dias, desenhada
como se nada fizesse sentido
parei pra ver, parei para pensar
por cada momento pelo qual sangrei
parei pra ser, por definitivo
não irei mudar meu rumo
agora é tarde, foi-se o tempo de lamentos
é tarde pra voltar
no horizonte, ganharei meu tentos
e o que me espera é a grandeza de um olhar
vermelho e hipnotizante!

- Chiconaldo -

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

vento, ventania, vale ate ventilador

Vento
força da natureza
ar em movimento
vento
Esvoaçai cabelos
Transforma-te em energia
vento
que tanto move
por onde caminha
vento
me leva pro céu
num lindo balão
vento
me leva, me eleva
e levanta saias pelo caminho

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

domingo, desligando

Acho que a Mcdonalds devia vender o mcfish associado a imagem de Jesus Cristo. Jesus comia peixe e nunca cobrou direitos de imagem a ninguem por nada.
Acho que os padres deveriam se casar para que a igreja pudesse enfim condenar com alguma moral a pedofilia. Isso é só um exemplo. Seria bem mais fácil erradicar os pecados se eles não costumassem ser tratados como regra.
Acho que uma esposa insatisfeita é o pior problema que um homem pode ter.
Acho que o mundo tem jeito, mas não se pode fazer uma omelete sem quebrar ovos e com isso cairão alguns povos (minhas rimas estão cada vez piores, eu sei).
Acho que os anos oitenta passaram (acho) e, tristemente, Cronicas, dos Engenheiros do Havai, e Homem Primata, dos Titãs, ainda são temas atualíssimos. Raul Seixas, nem se fala.
Acho que a devia ter faculdade pra político, pra eles aprenderem lá o que é política.
Acho uma palhaçada muito grande a PF ter roubado grana apreendida do roubo do BC. Acho mesmo.

Acho que as respostas finalmente estão chegando, amigos, não parece que elas estão?

domingo, 12 de outubro de 2008

PENSANDO UM POUCO

É fim do dia, e aos sussurros; eu me rendo!!
No ensaio de grandes viagens, aos pedaços me mantenho
muito embora não tenha conseguido entender
menos ainda explicar...

Grande aquele que consegue;
Aquele que íntimamente perscreve os segredos e o mistério da mente,
equilibrando os desejos numa perfeita sintonia com a realidade...

simplismente sábio, vivo!
Categoricamente esquivo
profeticamente insano!

Profano na visão da maioria das pessoas...
Já comentando a tão sagrada igreja!

É ao fim do dia que me vejo
e vejo todas as mesmices
uma espécie de tortura inerente a vida
onde o vício predomina motivado pela propaganda
a ganância pelo status, e consequentemente pelo poder!!

Não posso concordar com a multidão alienada;
É fim do dia e nada se fez!

E nada se faz
enquanto continuarmos numa falsidade ideológica
onde bancamos quem queriam que fôssemos
num perturbado jogo de escambos, imagem e manipulação..

Não faço parte e não busco mais essa vitória
que no mínimo ilusória, transgride o ser
e joga a vida em um desgaste crônico
alimentado pela inveja
num mundo vazio...

É fim do dia e começo a escrever a minha história
agora estruturada num complexo sistema de abstrações

É fim do dia
e encontrei a verdadeira paz
meditei em sinfonia com a insconsciência
naturalmente me entreguei...

- Francisco Reis –

sábado, 11 de outubro de 2008

Viver e não ter a vergonha de ser feliz...

Essa vida é uma doideira
E eu já to siricutico
Do cu da aranha sai a teia
Olha a marra do bicho
Fazendo Bungee Jump
Pendurado pelo cu

Essa vida é uma doideira
Tudo tem explicação
O mix das substâncias
Se transforma em solução
"É igual Emecêdois"
E o que sobe volta ao chão

Essa vida é uma doideira
E o chão tá cheio de farfalha
Não existe paz sem guerra
E guerra tá errada
Só haverá paz na terra
Quando não houver mais nada

Essa vida é uma doideira
A natureza tá antiquada
A selva agora é digital
Se impôs globalizada
Irmão bloqueando irmão
Numa sangria desatada

Essa vida é uma doideira
Todo dia tá mudando
Tanto rumo, tanta volta
É tanta coisa nessa vida
Que um dia a gente morre
E não viu a coisa toda

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Er... Bem...

Aqui não é o Malvados, mas estamos vendendo camisetas com os dizeres "menos gente por um mundo mais decente".
Frete de graça.

seja razão, seja coração

Quero ser forte sem saber onde vou chegar
Se terei serenidade ou se será sabedoria
Vou alimentar os pássaros sem prendê-los
Mas pararei de fazê-lo se não cantarem
Vou praticar filantropia em varios sentidos
E espero não ter que recorrer a hipocrisia
Vou subornar a lei de causa e consequêcia
E esperar que ela venha me subornar
Serei a antítese do fundamento
Usarei de artifícios, abrindo mão de benefícios
Justificarei fins com meios, apoiado em meus medos
Farei o que quiser pois nada devo
O que é meu ninguém escreveu nem leu
O que fiz ninguém viveu, nem de perto
Não quero ser no fim quem se fudeu
E quem achar ruim que vá a puta que pariu

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

McDonalds e McCartney

A rede de comida-lixo McDonalds decidiu que conseguiria vender muito mais hamburgueres usando a imagem dos Beatles nas lojas de Liverpool. Má idéia. Como se não fosse uma falta de respeito com os falecidos vegetarianos John Lennon e George Harrison, eles nem esperaram o também vegetariano e ativista Paul McCartney bater as botas. Desnecessário dizer que Paul não ficou nada contente. Em resposta, o artista pediu a todos os fãs dos Beatles que boicotem o McDonalds não apenas em Liverpool, mas no mundo inteiro.

Diz pra eles, Paul!

Reforma Educacional

"O homem nasce, cresce, reproduz-se e morre."

Isso está errado?

Aprendi na alfabetização, será que fui mal alfabetizado? Percebam que essa frase não inclui o termo "trabalha".

Oras, o homem caminha no sentido oposto ao meu aprendizado mais básico. Há muito mais gente querendo empregar-se do que reproduzir.

Não penso no trabalho como um estupro, mas acho muito menos inerente ao ser humano do que a reprodução.

Se hoje existem tantos métodos contraceptivos e tão poucas oportunidades empregatícias, fico com medo do trabalho diminuir o espaço de outras etapas da existência. Temo que as crianças resolvam parar de crescer para trabalhar mais, ou que o façam com menor intensidade. Talvez o trabalho nos tire até mesmo o tempo pras certezas inevitáveis, como a vida e a morte.

Sapientíssimo, oh sapiens, não quero nem ver. Uma sociedade de anões feitos em chocadeiras, já nascidos operários e sem tempo pra morrer de tão abarrotados de trabalho.

Bom, isso deve ser uma grande asneira. Devem ter me ensinado tudo errado na alfabetização.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Da guerra e da virtude

"Conheço o ódio e a inveja do vosso coração. Não sois bastante grandes para não conhecer o ódio e a inveja. Sede, pois, grandes o suficiente para não vos envergonhardes disso!"

Não almejo paz de espírito. Minha alma é inquieta e tempestuosa. Tremula ansiosa na calmaria, espreitando o mundo através de olhos ardentes.

Por anos vivi sem saber o que fazer de mim. Deixei meus demônios e anjos trancafiados no porão do ser, alimentando-se de fugazes experiências e adormecidas impressões do corpo de uma criança a quem só a tranquilidade foi apresentada. Evidentemente não foram complacentes. Atiraram-me contra a solidez dessa paz, e eu era ainda muito frágil para quebrá-la. Se meu corpo conheceria apenas o conforto, à minha mente estava reservado o tormento. Assim passei minha infância e adolescência. Papai e mamãe zelavam para que eu não conhecesse a dor e a dificuldade enquanto minha impaciente essência chocava-me contra o muro que me protegia, e assim me estilhaçava os ossos e a vontade. Mas a cada vez, regeneravam-se mais rígidos.

"Dizeis que a boa causa é a que santifica também a guerra? Eu vos digo: a boa guerra é a que santifica todas as causas."

Não almejo paz de espírito. Na verdade, a idéia me causa repulsa. Se queres saber, o mundo há de padecer de paz e não de guerra! O homem precisa ser um campo de batalha para estar vivo. E se é paz que almejas, ó homem, faz da tua paz uma conquista, ou ela definhará teu espírito até que dele não haja resquício além de uma mórbida quasi-existência. Somos nossos anjos e também nossos demônios. Para ser criador, é preciso também ser destruidor. Por isso a paz não pode advir senão da guerra. Por isso rogo-te: sejas um campo de batalha.

"Por que te assustas? O que sucede à arvore sucede ao homem.
Quanto mais se quer erguer para o alto e para a luz, mais vigorosamente enterra as suas raízes para baixo, para o tenebroso e profundo: para o mal.
(...)
Mas por meu amor e minha esperança te aconselho: não expulses para longe de ti o herói que há na tua alma! Santifica a tua mais elevada esperança!"
Friedrich Nietzsche
Assim Falou Zaratustra

as coisas mudam muito rápido

"José Dirceu, você é um incompente. Não consigo imaginar um povo tão mal servido como o nosso, se até o presidente da república fica de cara.
Como pode, José Dirceu, numa cidade como Brasília, apesar de todos os seus contatos e mais os poderes que lhe concedi, tu não me consegues uma única balinha da prensada. Como podes ser tão borrabotas?
Eu quero saber, José Dirceu, amanhã, o que eu vou fumar? O que você me diz disso?
É por isso que este país anda tão fora dos trilhos e atrasado quanto uma maria-fumaça desgovernada.
Tu és um palerma, José Dirceu, de marca maior, onde já se viu? Por isso não te segurei no cargo de ministro. Por isso que hoje tu só fazes avião, como quando éramos militantes, Zé Dirceu.
Fico muito preocupado. Onde vamos parar? Saia logo de minha frente e vá ligar pra Wagner, tenho certeza que na Bahia as coisas andam melhor que aqui. Vamos, saia logo, sua presença é irritante. Estou cogitando extradita-lo no Paraguai, para aprender horticultura. E só me volte aqui quando tiver um quilo, Zé Dirceu, dos camarão. Da Boa. E mande logo o jatinho pegar o governador da boa terra com aquela manga rosa que preciso relaxar."

um poema para a noite escura.

Noite, doce amada
Sou teu escravo, és meu vício
Não te troco por sucesso
Nem dinheiro, nem cartaz
Ah, pois a falta que me faz
Durante todo o longo dia
E dia após dia, a falta que você me faria
Ah, nem toda riqueza e capricho
Deste e outro milhão de mundos
Nem os desejos mais imundos
Nada que isso me traria
Só Deus mesmo pra compensar
A falta que você me faria

Alguém vai uma castanha?

Castanha aumenta a fertilidade. E vem do caju. Cada caju vem de um lugar diferente do cajueiro. Eu sempre prefiro os que estão no lugar mais alto.
O caju mais alto do pé foi aquele que meu coração escolheu. Por que? Porque ele não é um caju qualquer. É o mais alto do pé, estava mais perto de Deus antes de chegar a mim. Foi o mais difícil de alcançar e isso é tempero suficiente pra tornar único o seu sabor.
Esse caju representa a diferença entre ser um homem impotente chupando um caju qualquer ou um homem feliz diando do regozijo de sua alma. O caju escolhido e desejado. É por isso que ele vale cada tentativa, cada queda, cada inseto hostil, enfim, cada obstáculo da jornada.
Se morrer tentando alcançar o meu caju, não faz mal. Eu já comi muita castanha. Não sentirei minha vida desperdiçada por uma fruta, foi através do meu caju que eu vivi.
Saboreie suco, doce, em compota, cortado em rodelas com sal ou mesmo com cachaça. Não deixe que esse caju se perca, viva.

domingo, 5 de outubro de 2008

Uma introdução a introdução

Já perdi a conta de quantos blogs tive. Tive blogs mais lidos que outros, é verdade. Um de meus blogs foi lido por apenas uma pessoa e durou poucos dias. Mas o fato é que nunca deixei de estar blogando ou de ter um.
Sou um blogueiro por vocação, gosto de fazê-lo, não posso deixar de blogar, como o pintor não pode deixar de fazer quadros. Comecei com coisas bem toscas, como muitos artistas, mas percebi alguma qualdade em algumas coisas e também que havia me aperfeiçoado um pouco com o tempo.
Acho, como outros artistas em relação a si, boa parte de minha obra bem fraca, também não deve ser a toa eu nunca ter feito muito sucesso no mainstream blogueiro. Mas acredito que um dia ainda possa estar fazendo algo realmente bom, com fé em Deus, se é que já não estou, graças a Deus.
O bom dessa jornada é que tive parceiros como o Corsário Satã, o Rafael Madeira e o Fernando Maia Jr, além de admiradores que de pouco em pouco se tornaram quase muitos.
Obrigado mais uma vez, Senhor.

Eleições

Ao menos as que acompanhei em vida e consciência foram todas um grande circo, e em momento algum vi alguém falando sério. Querem nos convencer a votar em alguém através de jingles grudentos e cartazes bonitinhos, poluição visual e sonora.

Toda a conscientização política de uma democracia indireta (ou representativa) é direcionada ao voto. O direito do voto, o DEVER do voto. Em momento algum fala-se em poder popular.

Por poder popular não quero dizer um regime de governo popular. Falo simplesmente do poder da opinião pública para orientar e governar seu próprio governo. Ficar dependendo dessa pretensa política de espetáculo só nos atordoa e nos fascina ainda mais.

Vote no PSDB. Vote no PT. Vote no PV. Vote nulo. Tanto faz. Conscientização política não tem nada a ver com saber em quem votar. Somos grandinhos e não precisamos pedir para nossos pais limparem nossas bundas quando acabamos de cagar, nem para nossos supostos governantes limparem a merda que estamos ajudando a fazer dia após dia.

sábado, 4 de outubro de 2008

Ser ou não ser

Sê-lo ou não sê-lo, eis a questão
Por que sê-lo? E por que não sê-lo?
Sê-lo-ei pela magnitude do ser
e não mais sê-lo-ei quando não houver,
ou mesmo não convier, de ser.
Amém.

Sobre nutrição

Troco de bom grado qualquer regime por uma barra de chocolate.
Em nome da felicidade.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Está chegando a hora

O dia já vem raiando, meu bem. Não há mais onde se esconder do sol. É hora de escolher entre evoluir e morrer. Àqueles que optarem pelos velhos caminhos, eu desejo uma boa viagem e até nunca mais!

mais bêbado que filósofo. mais profeta que ator.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Manifesto

À Deus, agradeço pelas coisas boas e não tão boas pra mim.
Aos homens, pelos lados bom e ruim do ser humano.
Aos que fizeram de minha vida céu e inferno sem rotina
Agradeço cada dose de veneno
Cada coisa da vida
Pelas considerações sempre tão gentis
As opiniões que me ajudaram a construir não sei o quê
Por todo tempo que perdi
Cada verdade que escutei
E toda mentira que repeti
Por cada mínimo gesto
Tudo que me disseram não ser de direito
Agradeço satisfeito
Por cada protesto
Pela ofensa mais sincera
Enfim, minha gratidão por tudo que vivi

mais do meu blablabla sentimental

Você que nunca gostou de mim
Agora me responde
Se está melhor sem ele

Você que me usou mesmo assim
Sabendo que eu era imperfeito
E eu que nao tinha nada a ver, perdi

Parecia uma pessoa amiga
Mas inventou uma briga
Agora entendo todo o contexto
Eu era só um pretexto

Por isso não me fale de clareza
Só se tem uma certeza
E não é sentimento de ninguém