quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O tempo do amor é infinito

Seleção natural sem predação! Como, meu Deus, como ninguém pensou nisso antes?!?

O ambiente, a realidade que nos circunda, tal qual se nos apresenta, desde sempre separou o joio do trigo. Aí veio o bicho homem e decidiu que ele próprio iria decidir o que é joio e o que é trigo. Não foi lá a mais brilhante das idéias, mas bom, sou da opinião de que não custa nada tentar. Não deu certo. Estamos matando uns aos outros, prendendo uns aos outros, guerreando uns contra os outros, todas essas coisas em que só nossa espécie conseguiu ir tão longe.

A seleção natural é erroneamente simplificada pelo aforisma: "os mais fortes sobrevivem". Essa descrição é razoavelmente válida num ambiente predatório e competitivo, um que exige disputa pela sobrevivência. Porém, vejam bem, basta que sejamos minimamente civilizados (e tenho certeza de que vocês adoram sentirem-se civilizados) para que possamos deixar cada qual viver em seu pedacinho de terra, como cada um acredita ser certo, sem precisarmos atirar mísseis uns nos outros. O mundo é grande o bastante para todos. Exceto, talvez, quando a guerra é por uma "terra santa". Pensando bem, talvez não sejamos minimamente civilizados.

De qualquer forma, a questão é: A partir do momento em que se cria um ambiente de harmonia, o potencial da seleção natural se multiplica. Não são mais os "mais fortes" quem sobrevivem, já que não há competição por sobrevivência. Quem se sobressai então, economico, social, cientifica e, hehe, religiosamente! é finalmente quem melhor satisfizer nossas verdadeiras necessidades, não apenas materiais ou espirituais, mas todas elas. Quanto mais cooperativo for o ambiente, mais potencial de evolução possuímos.

Gradualmente, toda a humanidade seguiria não o mesmo caminho, mas a mesma direção. A da evolução, da integração. Se não há guerra, não há pressa. O tempo do amor é infinito.

O que nos impede de aceitar que os outros tenham suas crenças? O que, enquanto espécie, nos motiva a erradicarmos uns aos outros? Por que, por que não conseguirmos aceitar nossas diferenças?

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Nada mais a declarar

Feliz 2009!!!

"Das luzes inimigas
Dos falsos amigos
Das cores distorcidas
Dos becos sem saída
Do escuro de qualquer lugar
Das estradas de mão única
Da morte e também da vida
Salve-se quem puder!"
Módulo 1000

domingo, 28 de dezembro de 2008

Pra terminar o ano.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Ser e Tempo

Os perscrutadores da realidade ocasionalmente passam por experiências que lhes modificam profundamente a percepção, tornando-se-lhes impossível que voltem a viver da maneira que conheciam.

Passei a alcançar muitas dessas felizes experiências através do uso de enteógenos, especialmente a ayahuasca, ou expansores sintéticos da consciência, como o LSD. Não que seja preciso ficar "se drogando" o tempo todo para esse fim. É possível conservar a sensibilidade e a inspiração advindas da abertura desses canais da percepção, bastando para isso uma cuidadosa e constante observação dos acontecimentos que nos cercam, buscando-lhes o sentido, não oculto, mas implícito.

A mais recente de minhas experiências transformadoras se deu ontem a noite, assistindo ao Zeitgeist Addendum. A qualquer um que, em sua tábua pessoal de valores, tiver em baixa estima a escravidão e a alienação, eu recomendo que assista. Pessoalmente, ouvi muito do que eu já sabia: mas organizado em forma de documentário, com propostas concretas de utilização sustentável de recursos e, consequentemente, uma proposta de sociedade onde dinheiro e governo não mais existam.

Queria ser otimista quanto à eventual mutação de nossa sociedade arcaica em uma que realmente leve em consideração o entendimento holístico e as possibilidades tecnologicas de que hoje dispomos... e até sou! Mas ainda assim, sinto um cheirinho de sangue e guerra...

Oh, bem... já escrevia Frederico, em algum lugar no tempo entre 1883 e 1891:

"Até para o mal há um futuro. E ainda para o homem se não descobriu o meio-dia mais ardente.

Quantas coisas se chamam já hoje as piores das maldades e que, todavia, não têm mais de doze pés de largura e três meses de duração.

Um dia, porém, virão ao mundo dragões maiores.

Que para o Super-Homem ter o seu dragão, o super-dragão digno dele, serão precisos muitos sóis ardentes que caldeiem as úmidas selvas virgens!

É preciso que os vossos gatos monteses se transformem em tigres, e os vossos sapos venenosos em crocodilos: porque ao bom caçador convém boa caça!

É a verdade, justos e bons! Há em vós muitas coisas que se prestam ao riso, especialmente o vosso temor pelo que até hoje se tem chamado demônio!

E a vossa alma está tão longe do que é grande, que o Super-Homem vos espantaria com a sua bondade! E vós, sábios e ilustrados, fugiríeis ante a ardência solar da sabedoria em que, prazenteiro, banha o Super-Homem a sua nudez!"

Assim Falou Zaratustra - Da circunspecção humana

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Um novo ramo de pesquisa

Os psicanalistas, ao meu ver, empreendem um admirável esforço para amenizar o sofrimento dos mentalmente enfermos. Por que não fazem semelhante esforço para aplacar a mediocridade do neurótico comum?

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Enquanto isso, na Sala da Justiça...

"É necessário um tipo de ecologia humana", diz Bento Dezesseis, bem a tempo de ganhar o prêmio de comparação mais infeliz de 2008

Ô seu papa, pensa bem! Quanto mais gays no mundo, menor vai se tornar a taxa de natalidade. Sei que isso assusta a europa, mas é a melhor coisa que poderia acontecer a esse mundo cheio de gente nas próximas décadas! Bom, de um cara chamado dezesseis eu devia esperar esse tipo de falácia.

Pra não discutir semântica

Quando digo que a espiritualidade é uma alegoria poética, quero dizer que ela, por si só, não constitui um caminho verdadeiro, um curso real de ação. Cada vez mais acho a matéria inseparável do espírito, e creio que assim também o crê a física moderna.

Ainda assim tendemos a abordar as questões do espírito como que separadas, como se evoluir espiritualmente fosse, de alguma forma, uma negação da matéria. Não! Isso é fruto de filosofias absolutamente anacrônicas, inadaptadas a um mundo que está aprendendo cada vez mais sobre si mesmo! Por que distanciar espírito e corpo? Consciência e ciência?

Olhar ao redor é, as vezes, terrível, assustador. A impressão é a de uma humanidade afundando-se cada vez mais, afastando-se de sua própria evolução e caminhando para a auto-destruição. E aí sentimos medo. Ou odiamos. Ou nos refugiamos numa pretensa evolução interior.

Mas toda época traz em si a semente do futuro próximo. Não no óbvio, não nos valores e tradições arcaicas que se arrastam no tempo e tentam consolidar a história como se já consumada, ou fazer-nos dar meia volta e caminhar em direção ao passado. É na imaginação que está plantada essa semente, na ousada criatividade que adentra a superfície de nosso tempo e atribui-lhe valores fantásticos.

"O que é preciso, para estar presente, é ser contemporâneo do futuro."
O Despertar dos Mágicos, Louis Pauwels

Vou me valer de mais algumas palavras que li nas primeiras páginas desse livro:

"Mesmo as épocas de opressão são dignas de respeito, pois são a obra, não dos homens, mas da humanidade, e portanto da natureza criadora, que pode ser dura, mas nunca é absurda. Se a época que vivemos é dura, temos o dever de amá-la ainda mais, de penetrá-la com o nosso amor, até que tenhamos afastado as enormes montanhas que dissimulam a luz que há para além delas."
Para onde vai o mundo?, Walter Rathenau

e finalmente

"É preciso não contar demasiadamente com Deus, mas talvez Deus conte conosco..."
Últimas palavras do padrasto de Pauwels, a quem este dedica o livro

domingo, 21 de dezembro de 2008

Estou ficando louco?

Ultimamente, só tenho falado sozinho.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Considerações orgânicas sobre a tal espiritualidade e a consciência

Destruição precede criação
Morte precede nascimento

Morte! Morte! Morte ao ego? Que há de se almejar com a morte do ego?
Que há de tão horrível nesta terra, que nossas aspirações mais altas precisem apontar a platônicos além-mundos?
Se bem que alguns são motivados pela mais pura vaidade. Que paradoxo, que engraçado labirinto! Matar o ego por vaidade!

Que é espiritualidade? Que é, senão uma alegoria poética? Não seria mais sensato falarmos em expansão, evolução da consciência?
Que é ego? Como chegar a ele, observá-lo? Não seria uma melhor descrição falarmos em auto-importância?

O "eu" e o isolamento já foram demasiadamente celebrados. E onde se celebra o "eu", se rebaixa o "outro", o "não-eu". Mas todos os contrários são também unidade. Tudo que se opõe há de gerar... uma síntese!

Portanto eu proponho a vocês, meus amigos... e só a vocês, meus verdadeiros amigos, poderia eu propor: que o dispersar da auto-importância, a destruição do "eu", e assim, do "não-eu", sintetise o "nós".

Uma célula pode ser, por si só, um organismo. Mas somos nós mesmos um aglomerado de células constituindo um organismo funcional e, oh meu Deus, consciente! A célula, por sua vez, é algo mais vivo e consciente que as moléculas que se aglomeraram para formá-la. É óbvio que, enquanto espécie, não podemos continuar a existir apenas por nós mesmos, sem o resto do planeta... da mesma forma que o cérebro não pode viver por si só, sem o resto do corpo. Com essas simples observações, não podemos concluir, ou no mínimo especular, que todos nós, organismos pluricelulares, somos juntos algo ainda maior, mais vivo e mais consciente? Que tudo o que julgavamos ser "não-eu", tudo o que (em nossa ego-ísta impressão) parece existir fora de nós seja, na verdade, extensão de um mesmo ser, nosso ser?

Enfim, para sintetizar em uma sentença: Não seria integração a essência da evolução da vida?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

todo rastafari é, a principio, preguiçoso

Ah, se eu pudesse
e se meu dinheiro desse
todo dia mudaria de rotina
tanta coisa eu faria

Ah, sim, trabalharia
mas não de forma exaustiva
um trabalho divertido
e nada repetitivo

Ah, que faria de todos os meus dias
tudo aquilo que quisesse
sexo ao amanhecer
no crepúsculo, entre amigos, um beck

E olhar todas as coisas
o sol e o mar, o céu e a terra
como se elas fossem minhas
e se eu fosse parte delas

E agradecer então
por mais um dia de vida
tão bom quanto o de hoje
tão comum quanto o de qualquer dia

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

quase como dizer "se nao puder ajudar atrapalhe pois o importante é participar"

Deus me disse "desce e seja bem escroto".

Caminhando pelas ruas, preocupado em como melhor atender as divinas exigências, eu concluí que não havia como democratizar os recursos, redistribuí-los de forma justa, transformando a sociedade e o sistema num pseudo-mar-de-rosas. Mas havia uma forma de tornar o mundo um pouco mais democrático e era distribuindo o lixo e a mizéria.

Não, de fato não era uma desculpa pra fazer baderna, mas passei a jogar os chicletes mastigados na calçada, em lugares estratégicos onde eles tinham maior probabilidade de serem pisados e redistribuídos, aos pedaços, de pé em pé, por todos os bairros de minha cidade e além.

Não satisfeito em exercer a democracia em âmbito municipal, venho a esta rede global democratizar o que não presta.

Não posso igualar os idhs de todos os estados/países, mas posso proporcionar a cada pessoa que tiver a sina de ler minhas palavras um pouco da tragédia de todo baiano alfabetizado.

Quem sou eu
Que o nosso canto se faça escultar negão
Esse é o canto da lage
Quem sou eu?
Quem sou eu?
(Quem sou eu? Quem sou eu?) (x2)
Fera ferida
Fogo na batida eu sou
(Fera ferida! Fogo na batida eu sou) (x2)
Bicho do mato
Não mando recado
Tá pra nascer um sujeito
Pra colar do meu lado
Bicho do mato
Não mando recado
Tá pra nascer um sujeito
Que cole do meu lado
Quem sou eu? Quem sou eu?
(Quem sou eu? Quem sou eu?) (x2)
Fera ferida
Fogo na batida eu sou
(Fera ferida! Fogo na batida eu sou) (x2)
Fera ferida bota terror na cidade
Sou shake style
Você já ouviu falar de mim
Peço respeito, amor e paz
Eu sou do bonde da massa rapaz
Quando eu passo eu levo, arrasto
Vem cantando assim
Quem sou eu? Quem sou eu?
(Quem sou eu? Quem sou eu?) (x2)
Fera ferida
Fogo na batida eu sou
(Fera ferida! Fogo na batida eu sou) (x2)
Bicho do mato
Não mando recado
Tá pra nascer um sujeito
Pra colar do meu lado
Bicho do mato
Não mando recado
Tá pra nascer um sujeito
Que cole do meu lado
Quem sou eu?
Quem sou eu?
(Quem sou eu? Quem sou eu?) (x2)
Fera ferida botando terror na cidade
sou shake style
Você já ouviu falar de mim
Peço respeito, amor e paz
Eu sou do bonde da massa rapaz
Quando eu passo eu levo, arrasto
Vem cantando assim
Quem sou eu? Quem sou eu?
(Quem sou eu? Quem sou eu?) (x2)
Fera ferida
Fogo na batida eu sou
(Fera ferida! Fogo na batida eu sou)

Sim, senhoras e senhores, vocês acabaram de ler uma letra de pagode baiano, Fera Ferida, do Parangolé. E não reclamem, eu escolhi a menos pior.